domingo, 27 de março de 2011

EXPLORAÇÃO ECONÓMICA DA COSTA AFRICANA

As primeiras viagens marítimas ao longo do litoral africana foram de cabotagem, isto é, sem perder de vista a linha de costa, não exigindo, o avanço para Sul impôs aos navegadores o estudo dos ventos e das correntes.
O primeiro gande obstáculo que os pilotos portugueses tiveram de superar foi o Cabo Bojador que, na época, representava o limite sul dos mares conhecidos pelos Europeus.
Depois de várias tentativas, Gil Eanes consegue, em 1434, transpor este cabo e acaba com os mitos e lendas que circulavam sobre o "fim do mundo" e a presença de mostros fantásticos nessas águas.
Poucos anos passados, os marinheiros chegaram ao Cabo Branco e a uma zona costeira bastante povoada e fértil, onde finalmente encontram ouro e escravos.
Em 1460, ano em que morreu o infante D.Henrique, os marinheiros portugueses já tinham descoberto as ilhas de Cabo Verde e a expansão chegara à Guiné e à Serra Leoa.
Para facilitar o comércio na costa ocidental africana, os Portugueses estableceram uma feitoria na ilha de Arguim. Era nesta feitoria que trocavam os produtos de Portugal, panos, trigo e cobre, por mercadorias africanas, malagueta, marfim, escravos e ouro.

AS NOVAS ROTAS DO COMÉRCIO INTERCONTINENTAL

 
O conhecimento de novos continentes e mares proporcionou aos Portugueses e aos Espanhóis a abertura de novas rotas marítimas, que transformaram o comércio e o quotidiano de muitas populações por todo o Mundo.
Nos séculos XV e XVI, o comércio intercontinental proporcionou aos Europeus o conhecimento de produtos, até aí desconhecidos ou raros, popularizando o seu consumo e permitiu, também, o contacto de vários povos e raças.







Neste período, as principais rotas do comércio à escala mundial eram:

  • as rotas atlânticas - ligavam a Europa, a África e a América Central e do Sul realizando o comércio triangular. Nestas rotas, transaccionavam-se escravos do continente africano, açúcar, ouro e prata americanos bem como produtos manufacturados europeus.





  • a rota do Cabo - fazia a ligação, por mar, entre a Europa e a Ásia, contornando a África. Através dela, os navios transportavam especiarias e mercadorias orientais de luxo. 







  • a rota da Mina - ligava Portugal a Mina em África. Portugal exportava produtos de baixo valor (bugiganga como missangas, espelhos e objectos de metal, panos coloridos...). Da Mina, onde existia uma feitoria, trazíamos ouro, marfim, malagueta e escravos.



A CONQUISTA DE CEUTA (1415)

A conquista da cidade de Ceuta, em 1415, marcou o início da expanção portuguesa.

Razões que motivaram a conquista de Ceuta:

  • Em Ceuta existia uma base de pirataria muçulmana que atacava as costas do Algarve.

  • Se conquistasse-mos esta cidade, podía-mos contrular as entradas e saídas do Mediterrâneo.

  • Em Ceuta existiam ricos campos de trigo(e cá havia falta de cereais).

  • Ceuta era o ponto de chegada das rotas caravaneiras muçulmanas que tarziam ouro, especiarias e peodutos de luxo.

Resultados da conquista da Cidade de Ceuta:

  • Vitória militar.

  • Fracasso económico: os muçulmanos incêndiaram os campos de trigo, desviaram as rotas comerciais e estavam constantemente a atacar as cidades.

FORMAS DE COLONIZAÇÃO DO BRASIL E PRODUTOS EXPORTADOS

O Brasil era, à data da sua descoberta, em 1500, um território com densa floresta, povoado por Índios (os ameríndios), organizados em tribos seminómadas que se dedicavam a uma agricultura muito rudimentar, à caça, à pesca e à recolecção.



Inicialmente, a Coroa revelou pouco interesse pela colonização brasileira, arrendando a exploração da costa a um particular, Fernão de Noronha.
O pau-brasil (usado em tinturaria) e os animais exóticos constituíram os primeiros produtos comercializados para a Europa.



Pau-brasil


    Animais exóticos












A colonização ordenada do Brasil começa em 1534, com a divisão do território em quinze capitanias, que eram vastas faixas de terra entregues, hereditariamente, a capitães-donatários.
Com amplos poderes administrativos e judiciais, os capitães-donatários tinham o dever de promover o povoamento e aproveitamento económico dos seus domínios.
Mas, este sistema de capitanias revelava fragilidades, das quais destacamos:
  • falta de recursos materiais e humanos;
  • as rivalidades entre os capitães-donatários;
  • os ataques frequentes dos Índios, dos Holandeses e dos Franceses.
Todos estes problemas e, mais tarde, a crise que o Império Português do Oriente vai atravessar tornaram urgente a exploração organizada das riquezas brasileiras e uma viragem dos interesses portugueses para o Atlântico.



É neste contexto que D. João II vai criar, em 1549, o primeiro Governo-geral do Brasil, nomeando Tomé de Sousa governador com poderes políticos e militares sobre todas as capitanias.
Na mesma altura, é fixada a primeira capital do Brasil na cidade S. Salvador da Baía.





As características do clima e dos solos permitiram a introdução da cana-de-açúcar, que passou rapidamente a constituir o principal produto do comércio.



OS INTRESSES DOS GRUPOS SOCIAIS

Depois de assinar a paz com Castela em 1411, Portugal pôde finalmente virar-se paraa a resolução dos seus problemas sociais e económicos. O país desejava superar a crise do século anterior, mas faltavam, metais perciosos, cereais, matérias-primas e mão-de-obra. Perante as dificuldades, cada grupo social encarava a expanção territorial como uma solução para os seus problemas.

  • A Burguesia e parte da Nobreza pretendiam ter acesso às regiões produtoras de cereais, aos locais de origem do ouro africano, das especiarias, do açúcar, das plantas tintureiras e às fontes de abastecimento de escravos. A comunicação directa com os locais de procedência das mercadorias mais rentáveis do comércio europeu contribuiriapara o alargamento dos mercados, para a comercialização de novos produtos e para um aumento considerável dos lucros.

  • À Nobreza, despreocupada e ambiciosa, intressava a participação em novas acções e conquistas que lhes permitisse obter honras, cargos e aumento de rendas e senhorios.

  • A Igreja considerava um dever contribuir para a difusão da fé cristã, quer fosse pelo enriquecimento dos muçulmanos, ou pela envangelização de outros povos.

  • O Povo via na expanção do território a esperança e oportunidade para melhorar as condições de vida, mais ou menos miseráveis, a que estava sujeito.

  • Para a Coroa portuguesa, aumentar o território era uma forma de obter afirmação e prestígio internacional para a nova dinastia de Avis. Simultaneamente, permitia-lhes resolver alguns problemas do país, provocados pela baixa demográfica e pelo período de guerra com Castela.

A DESCOBERTA DO BRASIL


A descoberta do Brasil, em 1500, encontra-se envolta em polémica. Apesar de não haver qualquer documento que o confirme, alguns historiadores acreditam que os navegadores portugueses já tinham informações sobre essas terras a ocidente.
A hipótese é levantada como justificação para o facto de D. João II ter insistido, no Tratado de Tordesilhas, em incluir essas paragens na zona de influência portuguesa.

Mas por que razão se manteve segredo?

A existência de uma forte concorrência relativamente á expansão, a política de sigilo - política de segredo relativamente à expansão, seguida por D. João II. O objectivo era esconder dos Espanhóis os conhecimentos e estratégias a seguir -  mantida pelos dois países e a prioridade do monarca na descoberta do caminho marítimo para a Índia explicariam o segredo mantido.

 





Os registos oficiais dizem que D. Manuel enviou para a Índia uma armada saída de Lisboa comandada por Pedro Álvares Cabral de 13 navios, que seguiu a mesma rota da primeira viagem de Vasco da Gama, com destino à Índia.







 








Durante a viagem alguns navios "perderam-se".










 





 
Contudo por razões desconhecidas, junto a Cabo Verde, a armada desviou-se para Sudoeste e, em Abril de 1500,avistou terra, oficializando a descoberta da Terra de Vera Cruz, primeiro nome dado ao Brasil.